O dia 19 de janeiro está marcado na história da música popular brasileira, através do nascimento e da partida de duas grandes estrelas: Nara Leão e Elis Regina. A primeira nasceu há exatos 70 anos, e a segunda nos deixou há 30.

Dona de uma voz doce e uma interpretação tranquila e delicada, Nara Lôfego Leão nasceu em Vitória (ES) e, com um ano, veio para o Rio de Janeiro, e na cidade se transformou na musa da Bossa Nova. Iniciou sua carreira em 1963, no elenco do musical “Pobre menina rica”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre (RS) em 17 de março de 1945, e foi lançada pela extinta gravadora Continental em 1961, para ser uma “nova Celly Campello”. Mas foi ao vencer o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior) com “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, que Elis se tornou conhecida do grande público.

Apesar de seguirem caminhos musicais opostos, volta e meia suas trajetórias se esbarravam. Além disso, as duas mantiveram um relacionamento amoroso com o jornalista, letrista e produtor musical Ronaldo Bôscoli, em épocas diferentes: Nara entre o final dos anos 1950 e início dos 60, mais precisamente 1961. Já Elis foi casada com Bôscoli entre 1967 e 1972.

A história conta que as duas não se bicavam. Durante uma sessão de fotos para a revista Manchete, Elis Regina teria perdido a paciência com os cliques e, com seu conhecido temperamento explosivo, soltou: “Vou embora porque não gosto de Nara Leão”.

Nelson Motta, ex-namorado de Elis e testemunha ocular da história, conta: “A Elis tinha uma grande voz. Nara Leão era o contrário: tinha poucos recursos vocais, mas usava muito bem a inteligência. Era hostilizada pela Elis por causa da pequena voz, mas reunia os melhores repertórios e trabalhou muito pela música brasileira. Já a Nara vivia dizendo que Elis era uma grande cantora”.

Elis Regina deixou este plano em 1982, aos 36 anos, vítima fatal de uma mistura entre álcool e cocaína. Nara Leão partiu em 7 de junho de 1989, após dez anos convivendo com um coágulo na cabeça, impossível de ser operado. No entanto, as duas foram grandes, e deixaram na história da MPB interpretações clássicas. Duas saudades do Brasil.

Relembre Nara e Elis:

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